

CABOS E ESTOQUE – VALOR DE NOVO E MODELOS DE REAVALIAÇÃO
É importante colocar que nesse nosso trabalho, estamos executando duas tarefas:
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Alinhamento dos arquivos do imobilizado a uma posição mais real dos bens, uma vez que não existe a possibilidade de se efetuar inventários periódicos desses ativos a cada dois anos como dita a lei de outorgas e porque como já exposto anteriormente as informações lançadas nos arquivos contábeis são via de regra, muito ruins.
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Alinhamento gerencial dos valores do imobilizado a valor de novo, este trabalho não é contábil, pode ser utilizado para esse fim, mas em um primeiro momento estamos vendo essa demanda como uma informação que vai trazer os bens da empresa a valor atual, seguindo regras sistêmicas e critérios que sejam viáveis e auditáveis.
O gráfico acima mostra resumidamente nossa linha de pensamento, muitos podem fazer o mesmo trabalho seguindo outros caminhos, afinal nossas cabeças pensantes estão ai para isso mesmo, para solucionar os problemas sempre que aparecem e no meu modo de ver a coisa, não existe: não dá, não posso, não tenho ferramentas, foi assim que desenvolvi algumas habilidades no ACESS, quando TI não faz nós fazemos.
LISTA DE MATERIAIS DE ESTOQUE / MODELOS DE REAVALIAÇÃO
Falando um pouco sobre o controle de estoques, sabemos que a primeira coisa que um almoxarifado estruturado tem é uma lista de peças que estão em suas prateleiras, normalmente essas listas tem os seguintes dados básicos:
NUMERO DE ESTOQUE OU CODIGO DE MATERIA
DESCRIÇÃO DO BEM
MODELO
NUMERO DE FABRICAÇÃO
CAPACIDADE
TIPO DE BEM
UNIDADE DE MEDIDA
CUSTO MÉDIO DE ESTOQUE
VALOR DE REPOSIÇÃO
DATA DE COMPRA
DATA DE VALIDADE
IMPOSTOS PAGOS NA COMPRA
OUTROS
CUSTO MÉDIO DE ESTOQUE E VALOR DE REPOSIÇÃO – NOSSA MOEDA FORTE
Valorizar o estoque a valor de novo é fácil, basta pegar as quantidades em deposito e aplicar o valor de reposição.
Mas ai vem a pergunta: Porque não o custo médio?
Simples, como vamos ver no exemplo de cabos, quando uma empresa de telefonia, retira um cabo da planta, faz uma baixa contábil desse cabo, manda o mesmo para analise e triagem onde normalmente uma metragem padrão de cada uma das pontas é considerada sucata e o meio retorna ao almoxarifado classificado como cabo novo mas a valor de ativo velho. Como isso?
O que acontece é que pelas regras definidas para as empresas de telefonia, quando um cabo sai da planta é feita uma baixa dos cabos mais antigos dos arquivos contábeis a seu valor residual, que são lançados em uma conta de resultado e em contra partida para a parte considerada salvado ou o meio dos cabos, é feita uma entrada no almoxarifado utilizando-se como valor de entrada, o valor residual relativo a metragem selecionada.
Como os cabos baixados são os mais antigos do arquivo, normalmente seu valor residual é zerado e então essa entrada distorce o valor dos estoques ao longo do tempo.
Você deve estar se perguntando, mas porque baixam os cabos mais velhos e não os cabos efetivamente retirados da planta?
Esta figura de um caminhão carregado de cabos velhos é boa para usar como argumento de resposta a essa pergunta:
Olhando os cabos acima, como identificar quando foram comprados?
Olhando os cabos acima, como identificar seu modelo, parecem todos iguais, por isso a triagem.
Olhando os cabos acima, como saber o que é reaproveitável e o que é sucata?
Por esse motivo o valor de reposição de cabos no almoxarifado é o melhor valor para avaliação do nosso estoque e vamos eleger esse valor como NOSSA MOEDA FORTE de avaliação dos cabos do nosso ativo.
CLASSIFICAÇÃO DAS LISTAS DE ATIVO DE ACORDO COM AS LISTAS DE MATERIAIS
Como temos falado desde o principio e vamos afirmar isso o tempo todo, nossos arquivos contábeis são ruins, em alguns lugares nem existem, mas não podemos de forma alguma desprezar a informação existente, vamos fazer um trabalho de garimpagem nesse arquivo e buscar as melhores informações que existem no mesmo.
Nós sabemos que a informação quantidade é ruim e fora de padrão, mas mesmo assim vamos ter de analisar cada arquivo e ver se da para confiar de alguma forma nos seus dados, nem todas as empresas erraram na construção desses bancos.
Você deve de novo estar se perguntando, mas poxa, como alguém pode lançar quantidade em lugar errado?
Os sistemas de ativo fixo de todas as empresas, não importa a que ramo pertençam, nasceram manuais, sofreram mudanças com o decreto lei 1598, ortn, ufir, sistemas construídos para os antigos IBM´s até chegarem aos modelos ERP´s dos dias de hoje.
Cada mudança dessas teve uma migração de dados e um prazo quase sempre irreal de execução, como aconteceu na privatização das empresas de telefonia, assim ao preparar os arquivos de migração de um sistema para outro, muitos erros de configuração de base de dados aconteceram.
Nos meus dias de trabalho consegui ver um grupo, que conseguiu errar isso em todas as bases que migrou e as informações antigas foram perdidas.
Então o campo quantidade é para ser analisado, mas, quase como regra geral vai ser abandonado.
Acho legal profissionais de ramos não telefônicos, pensarem sobre seus arquivos, porque isso é um problema em quase 100% das empresas do mercado, independente do ramo.
Olhando os cabos da figura, eles parecem iguais, mas podem não ser, então as listas de materiais são construídas de acordo com a capacidade de cada item de estoque, vamos a alguns exemplos:
01 – cabo metálico CTP APT 40 – 10 pares
02 – cabo metálico CTP APT 40 – 50 pares
03 – cabo metálico CTP APT 50 – 100 pares
04 – cabos de fibra ótica SM AS 120 24 fibras
05 – cabos de fibra ótica SM DD 48 fibras
06 – cabos de fibra ótica SM DD 144 fibras
Vamos ainda, admitir que essa fosse nossa lista de estoques e que a numeração de 01 a 06 fosse o código de materiais desses cabos.
O trabalho nas bases de dados do imobilizado seria agrupar os itens de ativo de acordo com essa lista colocando esse código de estoque como chave indexadora no nosso arquivo e procurando informações que possam existir nos nossos arquivos em qualquer um dos campos abaixo:
Descrição
Complemento da descrição
Modelo
Fornecedor
Seria um trabalho de garimpagem onde vamos conseguir uma parte das informações e para outra vamos ter de deixar para assumir critérios de alocação seguindo o bom senso.
No fim vamos ter vários itens classificados e vários itens sem classificação, mas algumas informações existentes nesses ativos vão ter de ser assumidas como corretas, ou seja, não vai dar para realinhar tudo, assim:
Localidade ou CNL
Valores contábeis
Centros de Custos
Deverão ser dados preservados e assumidos como certos, fazendo analogia para outros ramos de negócio, o cotejamento de inventário em qualquer empresa tem de seguir essa linha.
PARECER NORMATIVO CST N.394 31/05/1971
Eu acredito que se uma lei ou norma não foi modificada ou expurgada ela vale, por isso gosto de usar esse parecer normativo do tempo do onça para dar respaldo a tudo que falamos até agora, você podem ler o mesmo nesse link:
Vamos fechar esse post aqui e continuar o assunto no próximo, agradeceria receber de vocês comentarios, que possam agregar valor a esse post ou até mesmo corrigindo pensamentos que possam ser aprimorados ou tenham de ser mudados.
Um abraço e até o proximo post


